Caracas traça plano de resistência não convencional
A tensão entre Venezuela e Estados Unidos escalou nos bastidores militares. Segundo reportagem da Reuters publicada pela revista Veja, o governo de Nicolás Maduro já traça estratégias para um eventual confronto direto com os EUA. Diante da falta de arsenal moderno e de um contingente profissional robusto, o regime chavista aposta em táticas não convencionais, inspiradas em guerras de resistência prolongada.
Plano “Resistência Prolongada” prevê sabotagem e emboscadas
De acordo com documentos internos da defesa venezuelana, obtidos pela Reuters, o país desenvolve um plano codificado como “resistência prolongada”. O projeto prevê a atuação de pequenos destacamentos militares em cerca de 280 localidades estratégicas. Essas unidades teriam a missão de realizar ações de sabotagem, emboscadas e reorganização de tropas após ataques diretos. Fontes ouvidas pela agência afirmam que o modelo se assemelha às ofensivas de guerrilha do Vietnã contra superpotências.
Caos urbano como arma de defesa
Além da guerra irregular no interior, o plano contempla uma segunda frente chamada de “anarquização”. Nesse modelo, milicianos civis leais ao regime, agentes infiltrados e membros dos serviços de inteligência promoveriam desordem nos grandes centros urbanos, especialmente em Caracas. O objetivo seria tornar o país ingovernável para eventuais forças invasoras. Estimativas internas indicam que até 60 mil militares e agentes da Guarda Nacional estariam incluídos nesse tipo de operação, embora especialistas questionem a real capacidade de mobilização do governo.
Reconhecimento da fragilidade militar
Um dos trechos mais reveladores dos documentos mostra que o próprio alto comando reconhece a inferioridade bélica diante dos Estados Unidos. “Não duraríamos duas horas em uma guerra convencional”, teria dito um dos assessores militares de Maduro, segundo a Reuters. O equipamento venezuelano, em grande parte de origem russa, é considerado defasado e insuficiente para enfrentar uma potência como os EUA.
Maduro fala em “preparação máxima” para o combate
Em pronunciamento recente, Nicolás Maduro afirmou que o país vive um “período de preparação máxima” e que, caso haja agressão estrangeira, a Venezuela responderá com “luta armada em defesa de nosso território, nossa história e nosso povo”. O líder chavista tem reforçado o discurso nacionalista e acusa Washington de tentar desestabilizar o país por meio de “guerra híbrida” e bloqueios econômicos.
Escalada militar no Caribe preocupa América Latina
Do outro lado, os Estados Unidos intensificaram operações militares no Caribe, com navios, aviões e fuzileiros navais deslocados para regiões próximas à costa venezuelana sob o pretexto de combater o narcotráfico. Analistas interpretam o movimento como um recado político de Washington — e Caracas o vê como sinal de preparação para uma possível mudança de regime.
Risco de conflito regional
A crescente tensão desperta preocupação em toda a América Latina. A estratégia venezuelana revela que, mesmo reconhecendo a inferioridade tecnológica e militar, o regime aposta em desgaste, guerrilha e caos urbano para conter uma eventual invasão. Caso a retórica evolua para ação, o continente pode enfrentar uma das maiores crises geopolíticas das últimas décadas.








