Renato e Aline Openkoski, pais de Jonatas, um menino com Atrofia Muscular Espinhal (AME), foram presos na quarta-feira (22) em Joinville, Santa Catarina, após serem condenados por desviar parte dos R$ 3 milhões arrecadados para o tratamento do filho. A defesa busca liberdade provisória.
A seguir, uma cronologia detalhada dos eventos desde a campanha de arrecadação até a prisão do casal:
2017 — Campanha Iniciada
Em março de 2017, Renato e Aline iniciaram a campanha “AME Jonatas” para arrecadar fundos para o tratamento de seu filho, Jonatas, que tinha AME tipo 1, a forma mais grave da doença. A campanha repercutiu nacionalmente e arrecadou cerca de R$ 3 milhões.
2018 — Apreensão de Bens e Denúncia
Em 16 de janeiro de 2018, a Justiça bloqueou os valores arrecadados e apreendeu um veículo de R$ 140 mil em nome dos pais, após suspeitas de uso indevido dos fundos. A Polícia Civil de Santa Catarina iniciou a investigação em fevereiro. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) relatou que o casal teria usado o dinheiro para luxos pessoais, incluindo uma viagem a Fernando de Noronha e a compra de um carro de luxo.
Em 1º de março, a Polícia Civil apreendeu diversos bens de luxo na casa da família. Em 15 de outubro, o MPSC denunciou Renato e Aline por estelionato e apropriação indevida de R$ 201.150 da campanha. Em 23 de outubro, a Justiça aceitou a denúncia, tornando-os réus.
2022 — Morte de Jonatas e Condenação dos Pais
Jonatas faleceu em 24 de janeiro de 2022, após uma parada cardíaca. Em 21 de outubro do mesmo ano, Renato e Aline foram condenados por estelionato e apropriação de bens. Ambos puderam recorrer em liberdade.
2024 — Prisão dos Pais
O prazo para recorrer terminou em 25 de março de 2024. Com mandados de prisão expedidos, a polícia não conseguiu localizar o casal inicialmente, que foi considerado foragido. Renato e Aline foram presos em 22 de maio em Joinville, escondidos em um imóvel no bairro Morro do Meio.
Condenações
Renato foi condenado a 38 anos, 2 meses e 10 dias de prisão em regime fechado, além de multa por estelionato e apropriação de bens de pessoa com deficiência por 18 vezes. Aline recebeu pena de 22 anos, 7 meses e 10 dias de prisão em regime fechado, além de multa por estelionato e apropriação de bens de pessoa com deficiência por nove vezes.
O Que Diz a Defesa do Casal
A defesa de Renato e Aline entrou com pedido de relaxamento da prisão, argumentando que Aline tem outros filhos e ambos possuem bons antecedentes e endereço fixo. O advogado Emanuel Stopassola explicou que o pedido busca liberdade provisória para o casal.
Fonte: G1