Gisela Simona (Pros), servidora licenciada do Procon-MT, disse na noite desta segunda-feira (24) considerar um ato de coragem colocar o nome como pré-candidata à prefeita de Cuiabá durante live com a jornalista e terapeuta de família Kall Marçal sobre o tema “A mulher na política”.
Gisela observou que a história atesta a luta da mulher para participar do processo eleitoral e que hoje pode até parecer simples o ato de tirar o título de eleitor e votar, porém nem sempre foi assim. “Antes a gente nem podia emitir opinião na política. Porém, mesmo depois de conseguir no papel o direito ao voto, as mulheres iam às urnas apenas para confirmar a vontade da família, o desejo dos pais ou do marido”.
A pré-candidata à prefeita de Cuiabá lembrou a Lei 12.034, de 2009, que estabelece cota de 30% de um dos gêneros na política. “Mas, na prática, ainda há algumas polêmicas em relação a este assunto”, lamentou Gisela, afirmando que quem é contra a cota não conhece a história da mulher na política ou não quer aceitar.
Citando pesquisa realizada pelo Senado da República, Gisela ressaltou que 85% das mulheres responderam ter interesse em participar de processos eleitorais contra 75% dos homens.
“Hoje temos um número muito maior de mulheres pensando em participar de um processo eleitoral, mas no final há menos mulheres sendo protagonistas. Elas acabam recuando do projeto”, lamentou a pré-candidata.
Segundo a pesquisa, 41% das mulheres disseram que não se envolvem na política por falta de apoio dos partidos. As mulheres também recuam pelo não comprometimento feito pelos políticos durante a campanha e por causa da concorrência com os homens, que ainda é muito complicada por conta da cultura machista que existe no Brasil como um todo.
Por fim, as mulheres desistem do processo eleitoral por falta de apoio à família, de acordo com a pesquisa.
“Por isso que eu digo que se colocar à disposição para uma pré-candidatura à prefeita é um ato de coragem. Nós analisamos nossa vida, conversamos com nossa família e estudamos muito o cenário para colocar o nome à disposição da população, ainda que, na prática, o que se vê é o ingresso na política sendo motivado por interesses pessoais”, contextualizou.
Para a pré-candidata, ter uma mulher na posição de comando inspira, motiva outras a participarem da vida política. “Então, à medida que a mulher vê chances de vitória ela se coloca mais à disposição da população”, pontuou.
Gisela defendeu que o eleitor faça um voto consciente, analisando o currículo das pessoas, o passado delas, a história de vida.
“A internet hoje nos favorece porque você coloca o nome da pessoa na busca e aparece rapidamente tudo o que ela já vez, e isso é importante para votarmos em quem de fato tem credibilidade. Estamos próximos de um processo eleitoral e é importante o eleitor e a eleitora pensarem mais nessa representação feminina na política”, completou a servidora pública.